Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Síndrome de Sanfilippo - Origem da doença e hereditariedade

por Laboratórios Germano de Sousa, em 02.10.23

transferir.webp

A Síndrome de Sanfilippo, também designada de Mucopolissacaridose tipo III, é uma doença genética caracterizada por uma degeneração progressiva do sistema nervoso central conduzindo a um declínio neurológico grave. É uma doença rara, pertence ao grupo das doenças metabólicas de sobrecarga lisossomal e é provocada pela acumulação anormal de compostos denominados por mucopolissacarídeos (ou glicosaminoglicanos) no interior das células do organismo.

Os mucopolissacarídeos são cadeias longas de açúcares que se encontram em cada uma das nossas células. São fundamentais na construção dos ossos, cartilagens, tendões, córneas, pele e tecido conjuntivo.

Estes compostos precisam de renovação periódica e este processo é realizado através da atividade de um conjunto de enzimas específicas que os degrada.

Os doentes com Síndrome de Sanfilippo apresentam um défice na atividade de uma das 4 enzimas responsáveis pela degradação de um mucopolissacarídeos específico – o sulfato de heparano - e a sua incompleta degradação leva a que fique acumulado nas células do organismo, originando uma lesão progressiva das mesmas.

A Síndrome de Sanfilippo é uma doença autossómica recessiva, isto significa que são necessárias 2 mutações no mesmo gene, uma herdada da mãe e a outra herdada do pai, para que a doença se manifeste. Se cada um dos progenitores for portador de uma mutação no mesmo gene responsável por esta doença, a probabilidade de terem descendência afetada com Síndrome de Sanfilippo em cada gestação é de 25%. De igual modo, a probabilidade da sua descendência não herdar nenhuma mutação é, igualmente, de 25% e é de 50% a probabilidade dos seus filhos não terem a doença e serem apenas portadores de uma mutação.

É, por este motivo, muito importante, que as famílias de doentes com Mucopolissacaridose tipo III tenham conhecimento do risco de outros elementos da família desenvolverem a doença ou de serem portadores, devendo procurar uma consulta de aconselhamento genético.

A doença pode manifestar-se em crianças a partir dos 2 anos e os sintomas variam de acordo com a fase de desenvolvimento da doença. As principais manifestações são: dificuldade de aprendizagem e de concentração, hiperatividade, perturbação do sono, diarreias e infeções frequentes, deformidades ósseas e aumento do fígado e do baço. O diagnóstico da Síndrome de Sanfilippo é muitas vezes tardio, uma vez que as crianças não apresentam qualquer anomalia física e a dificuldade de aprendizagem é uma manifestação clínica comum a muitas outras doenças neste período do desenvolvimento.

Não existe cura para a Síndrome de Sanfilippo. O declínio progressivo da doença pode originar consequências neurodegenerativas, como demência, perda de visão e da fala, diminuição da motricidade e perda do equilíbrio, podendo surgir comprometimento de outros órgãos. São muito importantes o aconselhamento genético e o diagnóstico atempado, de forma a iniciar o tratamento para reduzir e controlar os sintomas da doença através de uma equipa multidisciplinar.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:45


Vírus Monkeypox – Prevenção, diagnóstico e tratamento

por Laboratórios Germano de Sousa, em 13.09.23

transferir.webp

A espécie Monkeypox vírus é do género Orthopoxvirus da família Poxviridae. É um vírus de DNA de cadeia dupla. Os casos são na maioria em jovens do sexo masculino que apresentam lesões ulcerativas

Vacina

A vacina contra o vírus vaccinia responsável pela erradicação da varíola confere proteção contra a infeção por outros Orthopoxvirus nomeadamente contra a infeção por MPV.

Sinais e Sintomas

A infeção por MPV é semelhante à varíola com a exceção que no MPV poderá haver linfadenopatias. O período de incubação é normalmente entre 7 a 14 dias podendo variar até entre 5 a 21 dias. Os sintomas incluem inicialmente febre, cefaleias, dores musculares e lombares, calafrios e astenia e posteriormente máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas. A doença é maioritariamente autolimitada e com duração aproximada de 2 a 4 semanas.

Transmissão

A transmissão primária é entre animal e humano, mas também secundária entre humano e humano. Ocorre através de mucosas (olhos, boca, nariz), trato respiratório e pele não intacta (mesmo que ferida não visível a olho nu) e também através de contacto com fluídos biológicos contaminados ou roupa ou tecidos contaminados.

Prevenção

Não ter contacto físico com pessoas que apresentem os sintomas referidos durante toda a duração destes sinais e sintomas. Está também desaconselhada a partilha de vestuário, toalhas ou lençóis.

Desde julho de 2022 que existe uma vacina de terceira geração contra a varíola, também eficaz contra o MPV. Neste momento, são elegíveis para a vacinação:

  1. Grupos com risco acrescido por infeção humana pelo MPV, em contexto de vacina preventiva
  2. Pessoas que tenham tido contacto próximo com um caso confirmado de infeção, ou seja, em contexto de vacinação pós-exposição ao vírus.

Diagnóstico

A suspeita clínica poderá ser confirmada com colheita de exsudado da crosta e fluído biológico das vesículas para amplificação por Polymerase Chain Reaction (PCR) e pesquisa do gene que produz uma proteína de fusão presente em todos os Orthopoxvirus incluindo o MPV e posterior confirmação nas amostras positivas de se tratar realmente dum MPV. Esta colheita deverá ser efetuada por profissionais, competentes para o efeito, com equipamento de proteção individual incluindo luvas, máscara respiratória FFP3, óculos de proteção e bata.

Tratamento

A maioria dos casos requer apenas medidas de suporte, beber muitos líquidos para manter a hidratação e, caso necessário, tomar medicamentos para alívio de sintomas como a dor e a febre. Em casos mais graves, poderá ser necessário o internamento hospitalar.

História epidemiológica do vírus nos EUA e Europa

O vírus Monkeypox é um vírus endémico da Africa Central e foi descrito pela primeira vez na Dinamarca em 1958 e o primeiro caso de infeção humana por Monkeypox foi em 1970 na República Democrática do Congo. Em 2003 houve um surto nos EUA com 47 casos confirmados sem qualquer óbito. Em 2018 no Reino Unido foram detetados dois casos confirmados que terão tido origem na Nigéria e um deles viria a ser causador da primeira transmissão entre humanos na Europa. Em 2019 houve mais um caso confirmado no Reino Unido.

Situação atual em Portugal

Os últimos dados estatísticos disponíveis em Portugal remontam a novembro de 2022, em que são reportados no surto de vírus Monkeypox (MPV) da região de Lisboa e vale do Tejo, 948 casos.

Portugal foi um dos primeiros países a detetar casos de infeção. A partir de julho de 2022 foi disponibilizada uma vacina recomendada aos grupos de risco.

Apesar de atualmente a circulação do vírus ser considerada baixa, não significa a sua erradicação, pelo que se manterá a sua vigilância. As atividades lúdicas de Verão poderão estar associadas ao seu reaparecimento e recomenda-se a vacinação de pessoas em risco.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 12:07


Diagnóstico laboratorial do Streptococcus Pyogenes

por Laboratórios Germano de Sousa, em 21.08.23

streptococcus-pyogenes_34961_l.webp

As doenças causadas pela bactéria Streptococcus pyogenes (Streptococcus β- hemolítico do Grupo A) constituem um dos maiores problemas de saúde em todo o mundo, sendo a pele e as mucosas humanas o único reservatório conhecido.

O Streptococcus pyogenes está associado a uma grande variedade de infeções com um amplo espectro de gravidade. Algumas pessoas podem estar colonizadas sem que haja sintomas ou sinais da doença. A grande maioria das infeções causadas por esta bactéria são pouco graves e de curta duração, sendo a causa mais frequente de faringite bacteriana nas crianças e nos adolescentes, com picos de incidência no inverno e início da primavera.

A faringite por Streptococcus do grupo A caracteriza-se pelo início súbito de dor de garganta, febre, dores de cabeça, dores abdominais, náuseas e vómitos. Orofaringe hiperemiada com ou sem exsudado amigdalino e adenopatia cervical anterior dolorosa. Outra manifestação menos frequente é a escarlatina.

A maioria dos casos de infeções por Streptococcus pyogenes ocorre sem complicações, no entanto e numa pequena percentagem, estas podem ter uma apresentação clínica mais grave, com bacteriemia, pneumonia, síndrome do choque tóxico, ou levar a complicações imunológicas (após uma infeção aguda) como a febre reumática aguda e glomerulonefrite aguda tendo como possível sequela a insuficiência renal crónica.

Em situações severas, as infeções por Streptococcus pyogenes, podem ser mortais, sobretudo na doença invasiva (ex. fasceíte necrosante) ou como consequência de doença reumática cardíaca, sequela da febre reumática aguda.

A sua transmissão é feita de pessoa para pessoa através de partículas respiratórias, pela dispersão de gotículas geradas durante a fala ou tosse ou através do contacto direto da pele. Têm sido descritos casos de intoxicação alimentar.

O Streptococcus pyogenes é a causa mais frequente de faringite aguda bacteriana na criança. Um diagnóstico rápido permite a instituição de antibioterapia adequada, com alívio dos sintomas, redução das complicações e sequelas e diminuição da sua transmissão.

A confirmação laboratorial no diagnóstico da faringite aguda por Streptococcus do Grupo A é recomendada na idade pediátrica.

Diagnóstico laboratorial

  1. Teste de diagnóstico antigénico rápido (TDAR)

Consiste na deteção direta do antigénio específico para Streptococcus do Grupo A, a partir de amostras do exsudado da orofaringe, colhidas por profissionais de saúde experientes.

Este teste permite um resultado rápido com instituição de terapêutica adequada, contudo o exame cultural permanece o método de referência recomendado.

Um resultado negativo no TDAR deve ser confirmado pelo exame cultural da orofaringe, em crianças e adolescentes com sinais e sintomas muito sugestivos de infeção por Streptococcus do Grupo A.

Um resultado positivo no TDAR não necessita de confirmação pelo exame cultural. Um resultado positivo é considerado diagnóstico de faringite aguda pelo Streptococcus do Grupo A.

  1. Cultura microbiológica

A cultura da zaragatoa da orofaringe permanece o método de referência para o diagnóstico de faringite aguda por Streptococcus pyogenes.

Uma amostra colhida de forma adequada apresenta uma sensibilidade de 90-95% e uma especificidade de 99%.

A cultura é o único teste que permite a realização de antibiograma, o que permite monitorizar a evolução das resistências antimicrobianas.

O Streptococcus pyogenes permanece sensível à penicilina.

No caso de hipersensibilidade aos β-lactâmicos, a cultura deve ser efetuada de forma a permitir o estudo da resistência aos macrólidos e clindamicina.

A principal limitação da cultura é o tempo de resposta (mínimo 24 a 48horas).

  1. Testes moleculares

Os testes moleculares (testes de amplificação de ácidos nucleicos ou testes de PCR-Polymerase Chain Reaction) têm sido cada vez mais utilizados na rotina, para deteção de Streptococcus pyogenes em amostras da orofaringe.

Podem ser utilizados como teste primário de diagnóstico de infeção aguda ou no caso do teste de diagnóstico antigénico rápido ser negativo.

As principais limitações são a complexidade deste tipo de método e o custo associado.

  1. Testes serológicos

No diagnóstico da infeção por Streptococcus os testes serológicos são indicados no diagnóstico da doença pós-estreptocócica, tal como na evolução da febre reumática aguda e na glomerulonefrite.

Os títulos de anticorpos antiestreptocócicos aumentam 7 a 14 dias após o início da infeção e atingem um pico sérico às 3 a 6 semanas. Podendo manter-se altos durante meses.

Estes testes não são indicados para o diagnóstico agudo de faringite.

Um aumento de 4 vezes o título de anticorpos é considerado diagnóstico de uma infeção estreptocócica prévia.

Os níveis de anticorpos podem ser influenciados por várias condições: o local da infeção, o tempo decorrido desde o início da infeção, prevalência de antecedentes de infeção a Streptococcus, idade e antibioterapia.

Os testes serológicos mais amplamente usados são o antiestreptolisina O (Anti-ASO), e anti-DNase B (anti-desoxirribonuclease B).

Os anticorpos anti-ASO atingem um pico entre as 3 - 6 semanas após a infeção e são mais elevados após uma infeção do aparelho respiratório superior do que nas infeções da pele, em que a elevação destes anticorpos não é tão acentuada.

O aumento dos níveis serológicos do anti-ASO não é específico para o Streptococcus pyogenes.

Os títulos de anti-DNase B mantém-se elevados durante mais tempo do que os títulos de anti-ASO, e são mais indicados no diagnóstico de infeções passadas da pele.

No diagnóstico da febre reumática devem ser solicitados os dois testes serológicos, uma vez que os títulos de anti-ASO estão apenas elevados em 80 a 85% dos casos.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:59


Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (aPTT)

por Laboratórios Germano de Sousa, em 03.08.23

transferir.jpeg

À semelhança do Tempo de Protrombina, o Tempo de Tromboplastina Parcial ativada (aPTT) avalia o funcionamento dos fatores de coagulação e mede o tempo necessário para a formação de um coágulo de sangue.

O valor de referência do aPTT, para uma pessoa saudável, deve variar entre os 23 e 40 segundos. O resultado desta análise está aumentado em várias patologias nomeadamente, na Hemofilia (défice de fator de coagulação), na Doença de von Willebrand e na presença de anticoagulante lúpico.

Na Hemofilia A o fator de coagulação em défice é o fator VIII (manifestações clínicas variáveis), na Hemofilia B ou Christmas disease (manifestações clínicas variáveis) o fator em défice é o IX e na Hemofilia C (caracteristicamente, hemorragia algumas horas no pós-operatório ou após traumatismo) é o fator XI.

Nos doentes sob terapêutica com fármacos antitrombóticos (heparina e novos anticoagulantes orais de ação direta) os valores do aPTT estão, igualmente, elevados.

Por ser uma análise rápida e de fácil execução, faz parte das análises prescritas antes de qualquer intervenção cirúrgica ou em situações de hemorragias espontâneas sem causa aparente para despiste das principais doenças da coagulação.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 12:11


Distúrbios Hematológicos - Tempo de Protrombina (TP)

por Laboratórios Germano de Sousa, em 10.07.23

transferir.webp

O Tempo de Protrombina avalia o processo de coagulação e a sua duração. É uma análise que permite detetar patologias que se manifestam por hemorragias e/ou monitorizar doentes que estejam a tomar medicação para diluir o sangue.

O valor de referência do Tempo de Protrombina para uma pessoa saudável deve variar entre 10 e 14 segundos. Se o TP estiver elevado significa que, em caso de haver um corte/lesão, a hemorragia irá demorar mais tempo a parar.

Situações em que é frequente haver um Tempo de Protrombina aumentado são: deficiência de vitamina K, hemofilia, doenças hepáticas e o uso de anticoagulantes (varfarina).

Por ser uma análise rápida e de fácil execução e que permite despistar muitas das principais doenças da coagulação, é prescrita antes de procedimentos invasivos ou em casos de história clínica de hemorragias importantes sem causa aparente.

Com o Tempo de Protrombina calculado o INR que tem como objetivo padronizar o resultado do TP, permitindo comparar resultados e avaliar o efeito do uso medicamentos anticoagulantes. Este valor é usado pelo médico assistente para ajustar a terapêutica anticoagulante ao intervalo terapêutico adequado para cada doente. O valor do INR para pessoas saudáveis deve ser, aproximadamente, 1. Quanto maior for o valor do INR, mais tempo o sangue demora a coagular. Valores de INR superiores a 5 são considerados valores críticos pelo que implicam uma atuação médica para ajuste na dose da medicação.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:12


Coagulação Sanguínea

por Laboratórios Germano de Sousa, em 23.06.23

Coalogação Sanguinea transferir.webp

Os vasos sanguíneos são responsáveis pelo transporte do sangue no organismo. No sistema circulatório humano, o sangue circula sempre dentro dos vasos, sendo, portanto, um sistema circulatório fechado com três tipos de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares.

Sempre que existe uma lesão vascular, o nosso organismo reage na tentativa de conter a hemorragia, através de diversos mecanismos, nomeadamente, vasoconstrição, formação de um trombo plaquetário e de um coágulo de fibrina. Assim, é mantida a integridade do vaso sanguíneo e o fluxo normal no restante sistema circulatório.

As doenças hematológicas (doenças do sangue) podem afetar a quantidade e a função das células sanguíneas, proteínas no sistema de coagulação sanguínea ou sistema imunológico.

As alterações da coagulação ocorrem quando o organismo é incapaz de produzir quantidades suficientes das proteínas que são necessárias para ajudar o sangue a coagular. Estas disfunções podem culminar numa coagulação ineficaz, o que gera uma hemorragia anormal ou numa coagulação excessiva, surgimento de coágulos de sangue (trombofilia).

As patologias da coagulação podem ser hereditárias, como é o caso das hemofilias, ou adquiridas, como o desenvolvimento de anticorpos que diminuem a atividade de um fator de coagulação específico, deficiência de vitamina K ou doenças autoimunes e doenças hepáticas graves (cirrose, hepatite).

O despiste/screening de alterações da coagulação é feito com análises simples como o tempo de tromboplastina parcial ativada (aPTT) e o tempo de protrombina (TP).

O diagnóstico implica a conjugação dos antecedentes pessoais e/ou familiares, exame objetivo (com caracterização do tipo de hemorragias) e de exames laboratoriais mais específicos.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:05


Diagnóstico da Borreliose de Lyme

por Laboratórios Germano de Sousa, em 05.06.23

Borreliose Lymetransferir.webp

O diagnóstico da doença de Lyme é realizado através do historial clínico do paciente, recolha dos dados epidemiológicos, um exame físico pormenorizado, complementados com dados laboratoriais com recurso a métodos de diagnóstico direto (antigénicos, moleculares e microbiológicos) e indiretos (serológicos).

Nos testes serológicos identificam-se geralmente dois tipos de anticorpos: IgM que surge duas a três semanas após início da sintomatologia e a IgG que aparece após oito semanas. Nos casos clínicos em que as serologias iniciais sejam negativas podemos estar na presença de quadros mais precoces da doença, estando recomendada a repetição do estudo serológico cerca de duas a quatro semanas após a avaliação inicial. Estes incluem técnicas de imunofluorescência, ELISA e a técnica de WB.

Os testes serológicos apresentam algumas limitações. Os doentes podem apresentar resultados falsos-positivos na sequência de reações cruzadas com outras infeções ou doenças autoimunes. Por outro lado, na fase inicial da infeção surgem geralmente resultados falsos-negativos pois não é possível detetar logo a presença dos anticorpos. Outra limitação é a persistência de imunoglobulinas (IgM e IgG) positivas por anos ou décadas após a infeção ter sido erradicada. Desta forma, os testes serológicos podem não refletir uma infeção ativa.

Os métodos de diagnóstico laboratorial direto surgem como testes complementares aos métodos serológicos. Incluem os testes de amplificação de ácidos nucleicos, por PCR, métodos culturais e testes antigénicos, apresentando maior especificidade. O recurso aos diferentes testes laboratoriais é analisado tendo em consideração as diferentes fases e manifestações clínicas da doença.

Nos pacientes com suspeita clínica devem ser realizados outros exames laboratoriais complementares de diagnóstico, como um hemograma completo, velocidade de hemossedimentação, proteína-C reativa, bioquímica geral com função renal e hepática, função tiroideia e urina II. Geralmente existe elevação dos marcadores de fase aguda (Proteína C-reativa e Velocidade de hemossedimentação), aumento ligeiro das transaminases e hematúria microscópica ou proteinúria.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 12:09

GS Rastreio Cardiovascular1.jpg

▪ Rastreios gratuitos de indicadores de saúde cardiovascular (glicémia e colesterol total)

▪ Voucher digital para realizar em qualquer posto Germano de Sousa

De norte a sul do país, o Grupo Germano de Sousa realiza no Mês do Coração, rastreios gratuitos para prevenir doenças cardiovasculares.De 22 a 26 de Maio, o grupo Germano de Sousa realiza, no mês de Maio, rastreios gratuitos de indica-dores de saúde (glicémia e colesterol total), como forma de assinalar o Mês do coração.

Os rastreios serão realizados de norte a sul do país e Açores, em qualquer posto de colheitas Ger-mano de Sousa, pela equipa de técnicos de análises aos indicadores de colesterol total e glicemia. Os interessados na realização destes testes deverão deslocar-se a qualquer posto Germano de Sousa e apresentar o voucher disponibilizado nas redes sociais Instagram e Facebook em: @grupogermano-desousa

Os resultados deverão ser informados pelo utente ao seu médico especialista. Em Portugal, as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte e as mulheres são mais afetadas do que os homens. De acordo com dados da Direção-Geral da Saúde, 1 em cada 3 portugueses morre de uma doença cardiovascular, cerca de 35 mil por ano.

Um dos segredos para uma vida saudável está sempre na prevenção.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 14:27


Doença de Lyme

por Laboratórios Germano de Sousa, em 02.05.23

LymeDiseaseandTickBites_share.jpg

A doença de Lyme, também designada de Borreliose de Lyme, é uma doença multissistémica complexa, reativa, infeciosa, mas não contagiosa causada por bactérias do género Borrelia (Borrelia burgdorferi), transmitida pela picada de uma carraça do género Ixodes.

Em todo o mundo, existem quatro espécies de carraças pertencentes ao complexo Ixodes ricinus, que se alimentam de mais de 300 espécies de animais, (pequenos e grandes mamíferos e aves). Estes são os principais vetores para a transmissão da doença aos humanos.

A sintomatologia inicial caracteriza-se por manchas vermelhas no local da picada que vão aumentando ao longo do tempo (eritema migrans), sendo a manifestação dermatológica mais comum da doença. Outros sintomas como mal-estar geral, febre, dores de cabeça, rigidez da nuca, mialgias, artralgias e linfadenopatia são habituais nos casos clínicos da doença.

Sem um diagnóstico atempado, a doença de Lyme pode evoluir e provocar problemas nos músculos faciais, inflamação na medula espinal, bloqueio auriculoventricular, miocardite e problemas graves no sistema nervoso central.

A doença de Lyme é sazonal, a maior incidência ocorre na primavera-verão e é uma doença endémica em Portugal. As carraças I. ricinus estão presentes em várias regiões de Portugal, com maior prevalência no Norte e Centro do país, onde se encontram temperaturas propícias ao seu desenvolvimento. É uma das doenças transmissíveis de notificação obrigatória mais comuns em Portugal.

O aumento dos movimentos migratórios e das viagens a áreas endémicas têm contribuído para o crescimento do número de casos de doença em território nacional, pelo que é recomendado medidas preventivas em indivíduos expostos a contextos de risco. A prevenção da doença consiste em evitar a mordedura da carraça, pelo que evitar áreas de maior prevalência, usar repelentes na pele ou roupa e calçado protetor podem ser eficazes. A vigilância da superfície corporal é bastante importante, dado que a rápida remoção da carraça evita a transmissão.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 11:27


Tricuríase – diagnóstico laboratorial

por Laboratórios Germano de Sousa, em 24.03.23

tricuriase_22810_l.webp

A Tricuríase é uma infeção causada pelo parasita Trichuris trichiura, o terceiro parasita mais comum no ser humano, um nematódeo de aproximadamente 4 centímetros de comprimento, que habita o intestino grosso dos indivíduos infetados.

A infeção por Trichuris trichiura é frequente em países com clima tropical e baixas condições sanitárias. A via fecal-oral é a principal forma de transmissão quando consumimos água ou alimentos contaminados. Os indivíduos infetados podem manter-se assintomáticos ou desenvolver sintomas como diarreia, dor e desconforto abdominal e náuseas. Em determinados casos clínicos pode surgir anemia.

O diagnóstico da Tricuríase é realizado a partir de uma simples recolha de fezes em recipiente próprio, o que poderá ser executado com facilidade em casa pelo doente, sendo entregue posteriormente no laboratório. O único requisito adicional é a exigência de se recolher três amostras de fezes, idealmente em dias alternados.

Em determinados casos é possível visualizar diretamente os parasitas nas fezes, o que facilita o diagnóstico. Nos restantes, é necessário apoio laboratorial. A observação ao microscópio de diferentes preparados de fezes permite a deteção dos ovos, quistos ou de parasitas. Com frequência, este tipo de exame tem de ser repetido em diferentes períodos de tempo, porque os parasitas apresentam ciclos de vida diversos e intermitentes. São também realizadas análises sanguíneas (hemograma completo) de forma a avaliar a anemia.

Uma vez identificado o parasita que está na origem da infeção, o tratamento é simples e regra geral eficaz, conseguindo-se a eliminação do parasita na grande maioria dos casos clínicos.

No intestino grosso, o Trichuris trichiura pode viver até cinco anos, pelo que o diagnóstico atempado é muito importante. A prevenção da Tricuríase é realizada através de medidas básicas de higiene como lavar as mãos antes de preparar refeições, antes de comer e antes e depois de ir à casa de banho.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 13:30


Contacto

Telefone: 212 693 530* *Custo de Chamada para a Rede Fixa de acordo com o seu tarifário

Traduzir


Médico Responsável:Dr. José Germano de Sousa

germano Nasceu em Lisboa em 1972. É Médico pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa desde 1997. Fez os seus Internatos no Hospital dos Capuchos (Internato Geral) e no Hospital Fernando Fonseca (Internato da Especialidade). É especialista em Patologia Clínica pela Ordem dos Médicos desde 2001.Possui uma pós-Graduação em Gestão de Unidades de Saúde pela Universidade Católica Portuguesa. Foi Assistente de Patologia Geral e de Semiótica Laboratorial nos Cursos de Técnicos de Análises Clínicas e Curso de Médicos Dentistas do Instituto Egas Moniz. Exerce desde 2001 a sua atividade privada como Administrador do Grupo Germano de Sousa, Assistente Hospitalar Graduado, Competência em Gestão, O.M., Assistente convidado na Unidade Curricular de Medicina Laboratorial da Nova Medical School - Faculdade de Ciências Médicas da U.N.L., Responsável do Laboratório de Biologia e Patologia Moleculares - Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa Lisboa. Tem várias comunicações e publicações sobre assuntos da sua especialidade


Envie a sua questão

laboratoriosgermanodesousa@sapo.pt

Contactos Laboratório Central

Site:
www.germanodesousa.com

Morada:
Pólo Tecnológico de Lisboa
Rua Cupertino de Miranda, 9 - lote 8
1600-513 Lisboa, Portugal

Marcações:
Tel.: 212 693 530 /531 /532 /533
Email: contact@cm-lab.com

Horário de Funcionamento:
Dias úteis 7h30 às 20h00
Sábados 8h00 às 14h00

Horário de Colheita:
Dias úteis 7h30 - 20h00
Sábados 8h00 às 14h00


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.