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Os critérios do Colégio Americano de Reumatologia (American College of Rheumatology (ACR)), revistos em 1997, para o diagnóstico e classificação do Lúpus Eritematoso Sistémico, são baseados no conjunto de critérios estabelecidos em 1971 (e revistos em 1982) por um grupo de clínicos da anterior Associação Americana de Reumatologia. Estes critérios, com base em metodologia estatística e doentes reais, têm uma sensibilidade de 78 a 96% e uma especificidade do 89 a 100%.
São necessários um mínimo de quatro critérios para se poder considerar que se está perante um diagnóstico de Lúpus:
Os onze critérios da Associação Americana de Reumatologia
Critério/Definição
1. Exantema Malar
Eritema fixo, achatado ou elevado, sobre a região malar, poupando as pregas nasolabiais (em forma de borboleta)
2. Exantema Discoide
Manchas eritematosas elevadas com escalas queratósicas; cicatrizes atróficas emlesões antigas.
3. Fotosensibilidade
Erupção cutânea como resultado de reacção pouco usual à luz ultra-violeta.
4. Ulceras Orais
Ulceração oral ou nasofaríngea.
5. Artrite não erosiva
Atrite não erosiva envolvendo 2 ou mais articulações periféricas, caracterizadas por dor, edema ou derrame.
6. Serosite
Pleurite evidente na história clínica ou evidência de derrame pleural
OU
Pericardite documentada por electrocardiograma ou por evidência de derrame pericárdico
7. Disfunção Renal
Proteinúria persistente>0,5 gr/dia ou >3+ na urina tipo II
OU
Cilindros celulares (cilindros hemáticos, células granulares, tubulares ou mistos)
8. Disfunção Neurológica
Convulsões, na ausência de drogas ou disfunções metabólicas (urémia, cetoacidose ou desequilíbrio hidroelectrolítico)
OU
Psicose, na ausência de drogas ou disfunções metabólicas (urémia, cetoacidose ou desequilibrio hidroelectrolítico)
9. Disfunção Hematológica
Anemia hemolítica com reticulocitose
OU
Leucopénia (<4.000/mm3 em ≥ 2 ocasiões)
OU
Linfopénia (< 1,500/ mm3 em ≥ 2 ocasiões)
OU
Trombocitopénia (<100,000/ mm3) na ausência de consumo de drogas
10. Disfunção Imunológica
Anti-dsDNA: anticorpo anti-DNA num título elevado
OU
Anti-Sm: presença de anticorpos antigénio nuclear anti-Sm
OU
Achados de resultados positivos de anticorpos anti-fosfolípidos:
11. Anticorpos Anti-nucleares(ANA)
Título anormal de ANA por IIF (na ausência de consumo de drogas)
O diagnóstico de Lúpus baseia-se em dados clínicos e laboratoriais
Os testes laboratoriais, só por si, não são suficientes para o diagnóstico. Ou seja, uma pessoa pode ter positiva a análise mais conhecida como associada ao LES (ANA - Anticorpo Antinuclear) e ser sempre saudável. No entanto, em conjunto com os sintomas referidos pelo doente e os sinais observados pelo médico, são muito úteis.
Nalguns casos o diagnóstico é difícil de obter porque, apesar de se suspeitar fortemente de Lúpus, os dados clínicos nesse momento não são suficientes para fazer um diagnóstico. Nestes casos, só o desenrolar da situação clínica é que nos confirmará a presença da doença. Por outro lado, o Lúpus tem formas de apresentação muito variadas, facto que também pode dificultar o diagnóstico.
As alterações laboratoriais que sugerem Lúpus, são essencialmente:
Embora todas estas alterações laboratoriais possam existir no mesmo doente, em muitos casos só alguns existem numa determinada fase e num mesmo doente.
Os resultados destes parâmetros devem ser interpretados pelo médico assistente do doente, tendo em conta o contexto clínico, permitindo a elaboração de um plano terapêutico.
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