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Os laboratórios do Grupo, geridos inteiramente por Médicos Patologistas Clínicos portugueses, conciliam todas as áreas da medicina laboratorial, como Patologia Clínica, Anatomia Patológica, Genética Laboratorial e Patologia Molecular.
Desde o início empenhado no combate à pandemia, o Grupo honra o seu compromisso ético para com os portugueses: dar resposta à necessidade de testagem em larga escala de norte a sul do país, apoiando o Sistema Nacional de Saúde e envidando todos os esforços no combate ao Coronavírus.
Esta atuação por parte do Grupo, criando uma barreira e uma defesa contra a Covid-19, é suportada pela dedicação de uma equipa de mais de 1.300 colaboradores profissionais qualificados e focados, 24 horas sobre 24 horas de serviço contínuo dos laboratórios, incremento de recursos humanos e equipas, investimento contínuo em equipamento de última geração, capacidade de gestão e procedimentos, bem como uma adaptação rápida e eficiente, permitindo ao Grupo Germano de Sousa instalar mais de 150 de postos Covid por todo o país e enfrentar a pandemia a nível nacional.
Apesar deste ser um marco importante, a notícia não surge em jeito de celebração. Surge, sim, como uma responsabilidade acrescida por parte do Grupo Germano de Sousa em manter este apoio incondicional aos portugueses no combate à Covid-19. Como refere o Professor Germano de Sousa, “Até hoje, fizemos 1 milhão de testes SARS COV2 PCR e os portugueses são as 10 milhões de razões que temos para continuar no nosso posto. Este marco serve apenas para nos dar força e sentido de responsabilidade.»
Painel Respiratório auxilia médicos na distinção das infeções
A disseminação Mundial do vírus SARS-CoV-2 (doença de COVID-19) tem colocado continuamente sobre enorme pressão os serviços de saúde a nível global. A transmissão pessoa a pessoa foi confirmada, mas a investigação prossegue para determinar perfis mutacionais, compreender se os anticorpos conferem alguma imunidade e analisar os diferentes quadros clínicos após a exposição ao vírus, ligados à genómica de cada doente.
Em Portugal, já foram declarados mais de 2000 óbitos por doença de COVID-19. No atual contexto em que ainda é elevado o número de casos positivos de SARS-CoV-2 no nosso país e com o regresso à normalidade por parte da população no que respeita às rotinas de trabalho e atividade escolar, a época da gripe vem criar novos desafios, em que as infeções gripais tipicamente comuns podem ser confundidas com o vírus de SARS-CoV-2, dada a sintomatologia semelhante.
O Painel Respiratório Biofire com 23 Alvos (19 vírus e 4 bactérias) que permite diferenciar a infeção por SARS-CoV-2 de outras infeções respiratórias sazonais integra o conjunto de testes que diariamente o Grupo Germano de Sousa disponibiliza à população nos seus postos de colheita.
O Painel Respiratório Biofire fornece a resposta clínica em 24h após a sua realização. Executado de forma simples e rápida, através de zaragatoa nasofaríngea, despista 23 Alvos (19 vírus e 4 bactérias), apresentando uma sensibilidade global de 97,4% e uma especificidade de 99,4%. Despista a presença de SARS-CoV-2 ou outros vírus como o adenovírus, coronavírus 229E, HKU1, NL63, OC43, síndrome respiratória por coronavírus do médio oriente (MERS-CoV), metapneumovirus hum, rinovírus/enterovirus h, influenza A, A/H1, A/H3, A/H1 – 2009, B e parainfluenza 1,2,3 e 4. No que respeita a bactérias, despista a presença de bordetella pertussis e parapertussis, chlamydia pneumoniae e mycoplasma pneumoniae.
Assim, a patologia clínica vem dar resposta ao que clinicamente não é possível distinguir e nos casos clínicos negativos para SARS-CoV-2, saber qual o vírus/bactéria que está a causar aquele quadro clínico, assegurando um diagnóstico correto e de confiança, num período de tempo clinicamente relevante e um tratamento mais eficaz para o doente.
Verifica-se que em alguns pacientes, após terem testado positivo ao SARS-CoV-2 (doença de COVID-19), passado uma ou duas semanas ou até mesmo um período de tempo superior apresentam novamente um resultado positivo.
Este novo teste positivo, não significa uma nova infeção, nem a reativação do vírus no organismo. Células do epitélio respiratório, mantêm fragmentos do RNA viral, já inativo, que podem permanecer semanas e até meses no organismo, mesmo após o paciente estar totalmente recuperado da doença. O RNA (ácido ribonucleico) intervém em diversas funções biológicas importantes como a codificação genética, a regulação dos genes e na resistência a vírus, através de um mecanismo designado por interferência de RNA (RNAi). Este processo é desencadeado por pequenas moléculas de RNA provenientes de RNA viral, de sequências codificadas no genoma e geram pequenos fragmentos de interferência de RNA capazes de mediar a resistência a vírus.
Posteriormente inicia-se um processo de expulsão de células mortas e estes fragmentos emergem para as vias respiratórias superiores e são expelidos, sendo estes fragmentos pulmonares que surgem na amostra obtida do paciente e fazem com que o teste apresente mais uma vez um resultado positivo.
O exame de eleição para detetar a síndrome respiratória aguda grave - coronavírus 2 é o RT-PCR, teste de reação em cadeia da polimerase, exame a partir do qual são aumentados ou replicados segmentos diminutos de RNA, sendo assim bastante preciso para analisar o material genético do vírus, nas amostras recolhidas de secreções respiratórias dos doentes.
Estudos realizados revelam que além de desenvolver anticorpos contra o SARS-Cov-2, os pacientes recuperados produzem quantidades significativas de células T, células do sistema imunológico e também um grupo de glóbulos brancos responsáveis pela defesa do organismo contra agentes desconhecidos, formando um complexo e eficiente mecanismo de combate à doença.
A maioria dos pacientes que tiveram COVID-19 têm menor probabilidade de ser reinfectados ou apresentar quadros graves da doença perante uma situação de segunda infeção.
À luz do conhecimento atual, não se sabe ainda se existe uma resposta imunológica definitiva do hospedeiro, após uma primeira infeção, e se este desenvolve imunidade suficiente para proteger de uma próxima exposição ao vírus, pelo que é de extrema importância manter as medidas de proteção recomendadas pela Direção Geral de Saúde isto é, manter o distanciamento no relacionamento pessoal, proceder à desinfeção e/ou lavagem frequente das mãos e evitar grandes ajuntamentos de pessoas.
Identificados nos anos 60, várias estirpes de coronavírus estão na origem de infeções várias em animais e por síndromas respiratórios leves a moderados nos humanos, nomeadamente a comum constipação.
No entanto, surgiram mais tarde outras estirpes que se revelaram mais agressivas para a espécie humana. Existindo até aí apenas em animais, conseguiram passar a barreira entre espécies, sendo uma delas, em 2002, o agente etiológico de um síndroma respiratório agudo e grave (Severe Acute Respiratory Syndrome - SARS”). Designada por isso SARS-CoV, a estirpe surgiu na China e, até ser eficazmente contida em 2004, infetou mais de 8.000 pessoas e causou 10% de mortes.
Em 2012, um novo coronavírus, distinto do SARS-CoV, surgiu na Arábia Saudita. sendo os camelos o seu reservatório. Responsável por um síndroma respiratório grave, que se espalhou pelo Médio Oriente, (“Middle East Respiratory Syndrome-MERS” o vírus foi designado por MERS-CoV, sendo a sua disseminação contida em 2013.
Em Dezembro de 2019, um novo coronavírus, na cidade de Wuhan, na China, infetou já mais de 1450 pessoas provocando cerca de 3,5% de óbitos por pneumonia. Era também até agora uma estirpe desconhecida e terá também origem animal, tendo possivelmente passado a barreira da espécie por ingestão de carne de cobra. Com um genoma em 70% idêntico ao SARS-CoV, é tão agressivo para a espécie humana como este e transmite-se de pessoa a pessoa. Este novo coronavírus, exatamente por ser novo, mereceu a designação de 2019-nvCoV. Se a grande maioria dos doentes infetados por ele estão na cidade de Wuhan já existem registo de vários casos confirmados ou suspeitos em muitos países de todos os continentes incluindo 1 caso suspeito em Portugal, embora de resultado negativo, segundo a DGS, depois de feitas as análises.
O quadro comum a todos os doentes são Infeções respiratórias com manifestações clínicas que vão de médias a muito graves. Febre, fadiga e tosse seca estão presentes em quase todos os doentes. Dificuldades respiratórias e pneumonias complicam 15% dos casos. O diagnóstico é laboratorial sendo feito por testes de biologia molecular que pesquizam o DNA do vírus nas secreções respiratórias dos doentes.
Não existe ainda tratamento específico para infeções causadas por coronavírus. No caso do novo coronavírus é indicado repouso e consumo de líquidos, além de medidas que aliviam os sintomas, tais como os antipiréticos. O aparecimento de qualquer dificuldade respiratória obriga a procurar ajuda médica.
No que respeita à prevenção, ainda não existe vacina contra este coronavírus. As medidas que a OMS e as autoridades sanitárias de todos os países já tomaram para conter este surto viral, a fazer fé no sucesso conseguido com o controle do SARS-CoV e do MERS-CoV, resultarão por certo eficazmente. Restam as medidas que qualquer um deve tomar frente a qualquer surto viral: evitar contacto próximo com pessoas que sofrem de infeções respiratórias agudas, lavar as mãos com frequência, utilizar lenços de papel descartáveis, cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas e manter os ambientes bem ventilados.
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