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O Zika é um vírus da família Flaviviridae transmitido aos seres humanos através da picada de um mosquito infetado, sendo o principal vetor a espécie Aedes Aegypti.
A doença causada por este vírus é, regra geral, de intensidade ligeira e não provoca sintomatologia em cerca de 80% dos casos. O período de incubação varia entre 3 a 12 dias após a picada do mosquito e os sintomas que possam surgir são similares a outras infeções por arbovírus, como o dengue, e são febre, cefaleia, exantema, conjuntivite e dores musculares, manifestações estas, com durabilidade de cerca de 2 a 7 dias.
O período de incubação do Zika é reduzido, geralmente cerca de 5 dias, pelo que a sua deteção pode ser realizada no sangue, após o aparecimento da sintomatologia e na urina até 10 dias.
Os primeiros alertas mundiais surgiram em Maio de 2015, a propósito de vários casos ocorridos no Continente Americano, sobretudo Brasil, de síndrome de Guillain-Barré (doença neurológica rara) e de microcefalia (alterações do desenvolvimento do cérebro e do crânio) em fetos e recém-nascidos de mães, que foram infetadas pelo vírus Zika nos dois primeiros trimestres da gravidez.
Laboratorialmente possuímos técnicas de diagnóstico molecular e imunológico, que nos permitem identificar o Zika em circulação na corrente sanguínea ou na urina e identificar os anticorpos após a exposição ao vírus. O diagnóstico de infeção pelo Vírus Zika é realizado através da deteção de RNA viral em amostras biológicas na fase aguda da doença, no sangue, até 5 dias após o aparecimento dos sintomas e na urina, líquido amniótico e tecidos fetais até 10 dias e ainda pela pesquisa e doseamento de anticorpos no soro. Os anticorpos IgM produzidos como resposta à infeção, podem ser detetados a partir do terceiro dia após o aparecimento da febre. É igualmente diagnosticado através da Reação de Amplificação de Polimerase (PCR), permitindo obter a sequência de ADN do vírus, verificar mutações e identificar estirpes.
Os resultados serológicos obtidos devem ser interpretados em articulação com os clínicos e de acordo com a possível exposição anterior do paciente a outras infeções por flavivírus.
Prevenção da infeção pelo vírus
Medidas de prevenção na gravidez
O vírus Zika permanece no sangue de uma pessoa infetada durante alguns dias a uma semana. O vírus não causa infeção numa criança concebida após a ausência de vírus na circulação sanguínea. Não existe evidência de que as infeções pelo vírus Zika ponham em risco futuras gravidezes, quanto ao desenvolvimento de malformações.