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Um esforço da comunidade científica global na obtenção da imunidade

por Laboratórios Germano de Sousa, em 26.05.21

shutterstock-1683491917-950x497.jpgO contexto de emergência mundial, originado pela disseminação do vírus SARS-COV-2 (doença de COVID19), reforçou a urgência do desenvolvimento de vacinas, num esforço de convergência da comunidade científica a nível global. Portugal está atualmente na segunda fase do calendário de vacinação, sendo administradas as vacinas da BioNTech/Pfizer, Moderna, AstraZeneca e Janssen.

Perante as questões que são colocadas diariamente se as vacinas são seguras podemos claramente afirmar que sim. Nunca tivemos vacinas tão vigiadas quanto as desenvolvidas para o combate à COVID19. No desenvolvimento e aprovação destas vacinas, tal como para qualquer outro medicamento, foi garantida a sua eficácia, segurança e qualidade, através de ensaios clínicos e de uma avaliação rigorosa pela Agência Europeia de Medicamentos. Estes ensaios clínicos decorreram de acordo com os procedimentos habituais para ensaios de qualquer vacina. Algumas notícias recentes sobre efeitos secundários geraram algumas interrogações e insegurança. No entanto, em todo o Mundo já foram administradas mais de mil milhões de vacinas, pelo que esta percentagem de efeitos adversos e graves é raríssima. Qualquer vacina tem sempre efeitos secundários. Se lermos a bula da aspirina, do paracetamol e da pílula são inúmeros os riscos e contra indicações e nunca foram suspensos no mercado. As pessoas devem vacinar-se. Após 3 a 4 semanas da administração da primeira dosagem já terão cerca de 60% de imunidade. O risco de sofrer um efeito adverso na imunização contra o SARS-COV-2 é incomparavelmente menor do que, sem a vacina, o de contrair o vírus, sofrer graves complicações e ir parar a uma unidade de cuidados intensivos ou até mesmo falecer. Quanto mais o tempo passa sem que as pessoas se vacinem, maior a probabilidade de surgir outras mutações do vírus. Quanto maior for a percentagem de população vacinada, maior a dificuldade de circulação do vírus, porque a maioria das pessoas está imunizada (imunidade de grupo). As vacinas não só protegem as pessoas que as recebem, mas também as pessoas que não podem, por razões médicas, ser vacinadas.

As vacinas  BioNTech/Pfizer e Moderna são vacinas mRNA e a da AstraZeneca e da Janssen são vacinas de vetor viral não replicativo, contudo independentemente das tecnologias que utilizam todas as vacinas para o SARS-COV-2 são eficazes. Os estudos realizados sobre a sua eficácia são acompanhados pela comunidade científica em termos de fármaco vigilância como nunca até hoje realizada.

A vacina da AstraZeneca e da Janssen são vacinas de vírus atenuado e atuam de forma tradicional, utilizando componentes do vírus e o sistema imunológico reconhece-as como substâncias estranhas, desenvolvendo anticorpos para neutralizar o vírus. Usam uma tecnologia conhecida como vetor viral não replicativo, recorre a um adenovírus, que não tem capacidade de se reproduzir no organismo ou prejudicar a saúde. Este adenovírus, modificado geneticamente, passa a possuir as instruções para a produção de uma proteína característica do coronavírus. Ao entrar nas células, o adenovírus faz com que estas passem a produzir essa proteína, o que é detetado pelo sistema imune, que cria formas de combater o vírus e cria uma resposta protetora contra uma infeção.

As vacinas mRNA, como as da BioNTech/Pfizer e da Moderna, constituem um salto científico gigante e vai ser este o modelo de vacinas a adotar nas futuras situações virais. Possuem uma técnica de imunização inovadora, que recorre ao RNA mensageiro (mRNA) que, ao penetrar nas células induz estruturas do citoplasma (ribossomas) a produzirem proteínas específicas do vírus (proteínas “Spike”) que ao saírem da célula desencadeiam uma resposta imunitária humoral.

Resta agora acreditarmos na capacidade do aumento de produção das vacinas, ainda longe do seu máximo, de modo a que a produção atinja a capacidade de distribuição a nível mundial, processo determinante para que em termos globais possamos passar da fase pandémica para uma fase endémica, estágio que nos permitirá conviver com o vírus no nosso dia-a-dia sem transtornos para a nossa saúde.

 

 

 

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Médico Responsável:Dr. José Germano de Sousa

germano Nasceu em Lisboa em 1972. É Médico pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa desde 1997. Fez os seus Internatos no Hospital dos Capuchos (Internato Geral) e no Hospital Fernando Fonseca (Internato da Especialidade). É especialista em Patologia Clínica pela Ordem dos Médicos desde 2001 e é atualmente Assistente Graduado de Patologia Clínica do Serviço Patologia Clínica do Hospital Fernando Fonseca (Amadora Sintra) onde é o chefe da secção de Biologia Molecular Possui uma pós Graduação em Gestão de Unidades de Saúde pela Universidade Católica Portuguesa. Foi Assistente de Patologia Geral e de Semiótica Laboratorial nos Cursos de Técnicos de Análises Clínicas e Curso de Médicos Dentistas do Instituto Egas Moniz.Exerce desde 2001 a sua atividade privada, sendo desde Julho de 2004 responsável pela gestão dos Laboratórios Cuf e Clínicas Cuf para a área de Patologia Clínica. Tem várias comunicações e publicações sobre assuntos da sua especialidade


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